quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Outono



Quando todas essas memórias me visitarem 
outra vez 
Nada mais importará

Eu estarei lá querendo você.

Quando teu olhar disser
"Sim"
Eu estarei lá 
esperando
 [Quem sabe agonizando]
Pela dor de só te ter na 
Primavera
...

[ e esperando ]
Contarei e confiarei...
Como quem observa
Os dias dançantes

Como as fiandeiras que exercem toda a paciência
De suas mãos 
enquanto cantam 
a eloquência 
da construção do destino
que se estende como símbolos quiméricos em tuas mãos

Mas você não sabe 
e nunca saberá...
que há folhas no outono
Sejam elas 
secas, nuas
Soturnas
e cruas

não há importância:

São todas folhas secas de outono
cheias de fástio
aceitaram o destino
que o dançante vento
a fruta imaculada
e a nova estação  he deram

Mas voce nunca irá saber
que lá
em segredo
em meio as últimas horas
as folhas
[ secas ] 
combinam um reencontro

em algum lugar...

e irão renascer...... em algum lugar.....

não se perderão em meio ao tempo
como teu nome
que esqueci 
escrito naquela árvore

cheia de folhas secas.............

eu jamais entenderei os mistérios 
do mundo
ou você

e nem teu riso 
Que já se confunde 
com o canto de teu falar 

E o lume do seus olhos
Que ainda estão intactos em mim

E ainda não foram devorados,
    pelas cinzas das horas
 ...........